Santinato & Santinato Cafés
  • 09/11/2019

DOSES DE NITROGÊNIO PARA O CRESCIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO

  • SANTINATO F. Engenheiro Agrônomo Doutor em Agronomia Pós Doutorando do Centro de Solos do IAC e Pesquisador/Consultor da Santinato Cafés Ltda.; Campinas SP.
  • STEPHANO FILHO R. Acadêmico em Agronomia Lavras MG;
  • SANTINATO R. Engenheiro Agrônomo Pesquisador e Consultor Santinato Cafés Ltda. Campinas SP;
  • JÚNIOR L.S. Acadêmico em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • RODRIGUES F.M. Acadêmica em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • GONÇALVES V.A. Engenheiro Agrônomo Gerente de Pesquisa da Santinato Cafés Ltda Rio Paranaíba MG;
  • ARCEDA E.U.D. Engenheiro Agrônomo Inter cambista Santinato Cafés Matagaipa Nicarágua.

O fornecimento de N na adubação visa atender o dreno vegetação e frutificação da planta ou seja será destino para constituir novas estruturas vegetativas e compor os frutos que estão já definidos em número porém ainda necessitam de crescer granar e amadurecer. As doses de N devem ser suficientes par atender os dois drenos e tendem a variar conforme a produtividade. Porém quanto ao crescimento da planta ainda não se sabe o quanto deve ser adicionado de N conforme a intensidade do crescimento da planta e cada ano. Decidiu-se neste trabalho fazer uma série de medições em plantas individualizadas afim de tentar estimar a quantidade de N necessárias para o crescimento das principais estruturas vegetativas do cafeeiro. O trabalho foi instalado em São João da Boa Vista SP em uma lavoura de 3 anos de idade (36 meses) indo para a segunda safra produtiva (42 meses). A lavoura era de Catuaí Vermelho IAC 144 irrigada via gotejamento 165 m de altura e expectativa média de produtividade de 25 sacas/ha. Adicionou-se portanto a dose indicada para atender a demanda de frutificação desta produtividade considerada baixa (120 kg/ha de N) e doses maiores (240; 360 e 480 kg/ha) além de uma testemunha sem a aplicação de N. Os cinco tratamentos tiveram cinco repetições em parcelas de 10 plantas onde 5 plantas foram avaliadas com ramos marcados colocados no momento anterior as adubações. Utilizou-se como fonte a Ureia e as adubações foram parceladas quatro vezes sendo realizadas a cada 30 dias iniciadas em novembro de 2018 e terminadas em fevereiro de 2019. Comparativamente também adubou-se o café com a Ureia formaldeído (UF) em outros tratamentos apresentados em gráficos anexos. A colheita foi realizada em junho de 2019 e as avaliações biométricas em dois momentos março de 2019 (verão) e junho de 2019 (inverno). Foram mensuradas uma série de parâmetros biométricos porém no resumo serão apresentados somente o número de nós do terço inferior médio superior e ápice da planta número de ramos e número de ramos secos (die back). Os dados foram submetidos a ANOVA e quando procedente ao teste de Tukey ambos a 5% de probabilidade.

Resultados e conclusões:

               As reservas de N no solo oriundas principalmente da matéria orgânica foram suficientes para produzir 284 nós e 157 ramos novos em cada planta de café. O acréscimo de N através das adubações elevou a quantidade de nós e ramos produzidos porém não houveram diferenças entre as doses indicando que a menor dose foi suficiente para o máximo incremento de estruturas vegetativas obtido (Figuras 1 e 2). Comparando os períodos de avaliação notou-se que de novembro (início do experimento) à março (data da primeira avaliação – Verão) ocorreram a maior parte do crescimento da planta visto que o acréscimo posterior a primeira avaliação foi muito pequeno (Junho – Inverno). As adubações nitrogenadas também atuaram na redução da quantidade de ramos mortos por exaurimento de carboidratos (die-back) (Figura 3). Apesar de não terem tido efeito no crescimento dos ramos as doses de N tiveram influência na quantidade de frutos chochos (Figura 4). Ou seja o N em sua menor dose testada foi suficiente para vegetar a planta porém insuficiente para atender o dreno frutificação reduzindo sua renda já formada em 6% na própria safra. Com relação as fontes notou-se uma pequena vantagem para a Ureia formaldeído (UF) obtendo maiores número de nos e ramos nos tratamentos que testaram 240 e 360 kg/ha de N. Uma observação deve ser feita da seguinte forma: O crescimento dos ramos do cafeeiro se dá predominantemente durante o verão meses em que as adubações foram realizadas se encerrando no final de fevereiro (data da 4ª adubação). Na atual safra devido a influência climática os frutos só iniciaram a fase de granação depois de março/abril portanto muito tempo após a realização da última adubação que buscou atender o dreno vegetação. Dessa forma no final do ciclo as menores doses de N foram insuficientes para granar adequadamente os frutos. Dessa forma deve-se rever o conceito de dose prestando atenção também além da dose na época da adubação notadamente com relação ao término das adubação e início da granação e o período de colheita. Outro questionamento que se faz é com relação a capacidade que o sistema radicular do cafeeiro tem de absorver a dose do N aplicada. As menores doses tiveram cada parcelamento com apenas 30 kg/ha de N em quanto que a maior dose teve cada parcelamento com 120 kg/ha de N valor igual ao somatório do N aplicado na primeira dose testada. Poderia por esse motivo a menor dose de N aplicada ter tido resultados semelhantes no crescimento vegetativo que as maiores doses de N testadas? O excesso de N em cada parcelamento nos tratamentos com doses elevadas poderia estar prejudicando o crescimento vegetativo do café? Caso as maiores doses tivessem sido parceladas ou melhor distribuídas ao longo do ciclo da planta as respostas poderiam ter sido diferentes? O trabalho continuará para verificar os efeitos das adubações na safra seguinte bem como tentar correlacionar o crescimento biométrico com a produtividade obtida.

Número de nós produzidos x N aplicado.

Figura 1. Número de nós produzidos x N aplicado.

Número de ramos produzidos x N aplicado.

Figura 2. Número de ramos produzidos x N aplicado.

Quantidade de ramos por planta com die back X N aplicado.

Figura 3. Quantidade de ramos por planta com die back X N aplicado.

Quantidade de frutos chochos X N aplicado.

Figura 4. Quantidade de frutos chochos X N aplicado.

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Publicado no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras

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