Santinato & Santinato Cafés
  • 09/11/2019

PODAS SELETIVAS X SISTEMA DE PODAS TRADICIONAL

PODAS SELETIVAS X SISTEMA DE PODAS TRADICIONAL

  • SANTINATO F. Engenheiro Agrônomo Doutor em Agronomia Pós Doutorando do Centro de Solos do IAC e Pesquisador/Consultor da Santinato Cafés Ltda.; Campinas SP;
  • MAICON. Engenheiro Agrônomo Gerente do Grupo AgroFava Catalão GO;
  • SANTINATO R. Engenheiro Agrônomo Pesquisador e Consultor Santinato Cafés Ltda. Campinas SP;
  • JÚNIOR L.S. Acadêmico em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • RODRIGUES F.M. Acadêmica em Agronomia UNIPAM Gerente Campo Experimental de Patos de Minas SP
  • GONÇALVES V.A. Engenheiro Agrônomo Gerente de Pesquisa da Santinato Cafés Ltda Rio Paranaíba MG;
  • ARCEDA E.U.D. Engenheiro Agrônomo Inter cambista Santinato Cafés Matagaipa Nicarágua.

Quando as lavouras de café entram em declínio produtivo e isso de forma natural ou ainda devido à ataque severo de pragas doenças ou insuficiência na nutrição que origina a seca dos ponteiros (die-back) devem ser podadas para renovação dos ramos laterais e do terço superior. A altura de corte deve ser o mais alto possível para preservar maior número de ramos plagiotrópicos.

A distância do tronco varia conforme o planejamento do sistema de podas do produtor e espaçamento entre linhas bem como a sua frequência podendo ser dos sistemas Safra Zero em que abdica-se sempre de uma das safras realizando a poda a cada dois anos ou ainda o sistema de Podas por Conveniência em que se poda conforme a intensão/avaliação da lavoura.

Existem situações em que a necessidade de podas é somente no terço superior em situações de que ele apresenta-se “pelado” depauperado e “pescoçudo” porém dentro de um talhão podem existir plantas com essas características ao lado de plantas normais bem produtivas de forma que ao fazer a poda haverá o corte desnecessário de uma grande número de plantas e no caso da não realização haverá a continuação de plantas ruins. Há então a opção da poda seletiva que pode ser realizada manualmente com a castração manual química ou ainda através do corte pela foice ou serrinha mecanizada.

Diante disto objetivou-se no presente trabalho avaliar a longo prazo o efeito benéfico da poda seletiva em comparação com as podas tradicionais. A análise fora feita em lavouras de café da cultivar Catuaí Vermelho IAC 144 irrigadas via pivô espaçadas em 40 m entre linhas e 05 m entre plantas situadas em Catalão GO.

Comparou-se lavouras de uma mesma idade plantadas em 2001 que receberam os seguintes tratamentos: Poda seletiva (T1); Sistema de podas Safra Zero a partir da 8ª safra (com 4 ciclos de cortes) (T2); Sistema de podas Safra zero a partir da 11ª safra (com 3 ciclos de corte) (T3); Sistema de podas Safra zero a partir da 7ª safra (com 45 ciclos de cortes) (T4) e comparou-se os tratamentos com a média dos três tipos de Safra zero (T2 T3 e T4) e com o potencial do Sistema Safra Zero de um talhão ao lado mais velho plantado em 1998 que iniciou o sistema na 9ª safra (5 ciclos de cortes). As avaliações são as produtividades até a 16ª safras (2018).

Resultados e conclusões:

               O sistema de podas safra zero realizado na 7ª 8ª ou 11ª safras (T3 T2 e T4) produziu menos café que o sistema de podas seletivas. Na média dos três tratamentos de sistema safra zero os cafeeiros produziram 6 sacas/ha  menos que o sistema de podas seletivo. Ao lado da área existe uma lavoura mais velha em que fora feito um ciclo a mais de podas obtendo médias produtivas ainda menores (até 8 sacas/ha).

A diferença entre os resultados pode ser ainda maior em sistemas de cultivo de sequeiro e em regiões mais frias. Isto pois na condição de irrigação via pivô o cafeeiro explora o máximo sua capacidade produtiva conseguindo obter safras muito elevadas após a poda fato este não garantido em áreas de sequeiro que influenciadas principalmente pela pluviosidade pode produzir não tanto quanto o esperado no ano de produção reduzindo as médias de produtividade.

O sistema de podas seletivas a cada safra vai equilibrando a lavoura promovendo a reação vegetativa das plantas depauperadas que tendem a se estabilizar conforme sua realização. As plantas depauperadas ocorrem notadamente na ponta das linhas de plantio mas também em diversos pontos da lavoura que por algum motivo ficaram depauperadas após a colheita. O corte no terço superior força o crescimento lateral devido a liberação natural de AIA e renova o ramo ortotrópico que cresce sadio e vigoroso. O custo da poda seletiva é de aproximadamente R$ 015/m percorrido e dependendo da situação da lavoura é realizado rapidamente.

Existem casos em que a quantidade de plantas depauperadas é elevado de forma que as plantas devem ser podadas por inteiro. Nesse caso as podas seletivas ficariam mais onerosas devido a operação mecanizada de poda em área total ter custo menor e capacidade de campo operacional muito superior. Cabe ao responsável avaliar a necessidade de podas da lavoura visando redução de custo e aumento de produtividades.

1 – A poda seletiva é uma alternativa que facilita a tomada de decisão entre podar ou não a lavoura.

2 – A poda seletiva reduz a bienalidade e variabilidade produtiva da lavoura ano a ano e aumenta a produtividade em relação às áreas podadas.

3 – Quando há na lavoura o predomínio de plantas depauperadas a lavoura deve ser podada mecanicamente pois reduz custo em relação a poda seletiva.

4 – A poda seletiva pode ser feita em mesmo em lavouras jovens principalmente na ponta das linhas dos cafeeiros que comumente se depauperam após as colheitas

A poda seletiva é uma alternativa que facilita a tomada de decisão entre podar ou não a lavoura.

Figura 1. Exemplo de plantas que devem ser podadas seletivamente ao lado de plantas vigorosas que devem ser preservadas.

A poda seletiva reduz a bienalidade e variabilidade produtiva da lavoura ano a ano e aumenta a produtividade em relação às áreas podadas.

Figura 2. Exemplo de lavoura que deve ser podada devido ao estande de plantas estar totalmente depauperado.

Quando há na lavoura o predomínio de plantas depauperadas a lavoura deve ser podada mecanicamente pois reduz custo em relação a poda seletiva.

Figura 3. Resultados de produtividade entre os tratamentos estudados.

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Publicado no 45º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras

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