Santinato & Santinato Cafés
  • 12/08/2020

MANEJO ATUAL PARA BICHO MINEIRO EM CONDIÇÕES DE ELEVADA PRESSÃO (PATOS DE MINAS, 29/7/2020), orientações/recomendações

MANEJO ATUAL PARA BICHO MINEIRO EM CONDIÇÕES DE ELEVADA PRESSÃO (PATOS DE MINAS, 29/7/2020), orientações/recomendações

Equipe Técnica:

Felipe Santinato; Victor Afonso Reis Gonçalves; Fabio Júnior Oliveira; Danilo Gomes de Lima e Roberto Santinato

Acesse: www.santinatocafes.com

Dúvidas: fpsantinato@hotmail.com e 19-982447600 (WhatsApp)

Introdução:

            O bicho mineiro é a praga de maior importância na cafeicultura. Sua ocorrência está diretamente ligada às condições climáticas. Regiões de clima frio (temperatura média <19º) normalmente apresentam baixa infestação sendo em algumas situações até mesmo convivíeis e/ou controlados com inseticidas de baixa eficácia e/ou controle natural. Do contrário em regiões de clima mais quente e seco nos meses de inverno em que as infestações ocorrem o ano todo tendo reduções nos períodos chuvosos e super populações nos meses secos tais como abril maio junho e julho.

            No Cerrado de Minas Gerais em diversos municípios em que as temperaturas médias são de 195 a 215ºC e a ocorrência de chuvas nos meses de inverno é pouco presente de forma que a pressão do bicho mineiro é elevada. Em regiões ainda mais quentes tais como Norte de Minas Oeste da Bahia e Goiás as pressões são ainda maiores. Isso se deve à redução do tempo de ciclo da praga com o aumento da temperatura (Parra et al.) ou seja em temperaturas elevadas o bicho mineiro se multiplica cada vez mais rapidamente e as re infestações são mais frequentes. Isso explica o fato do número elevado e progressivo de pulverizações que se deve fazer nessas condições mencionadas caso o controle preventivo não tenha sido feito e/ou o manejo das pragas não tenha sido eficiente.

            Outro ponto muito importante é devido ao desequilíbrio em decorrência da utilização de produtos não seletivos. A curto prazo os produtos reduzem a infestação porém devido a redução dos inimigos naturais as pressões se tornam cada vez maiores e com acréscimo todos os anos quando se faz o uso deste tipo de produto várias vezes seguidas por vários anos como é o caso de organofosforados. Muitas vezes tais produtos nem foram posicionados para o controle de bicho mineiro e sim de brocas ou cochonilhas porém os efeitos se extrapolam para os inimigos naturais do bicho mineiro.

            Para pulverização o mercado dispõe de uma vasta gama de produtos aqui separados como de dois tipos: os do tipo “choque” com ação efetiva em mariposas e/ou larvicidas geralmente de contato quase que sempre de período de controle curto e os do tipo “elaborados” com ação mais efetiva em larvas com ação interna na folhas geralmente com período de controle bem superior aos de choque porém com velocidade de ação mais devagar. Vale ressaltar que nas condições de elevada pressão somente as pulverizações quase que sempre não são suficientes para evitar a proliferação da praga devendo ser aplicados inseticidas preventivos via solo.

            Na rede de ensaios instalados na safra 2019/2020 pela Santinato Cafés em Patos de Minas abdicou-se da aplicação de inseticidas preventivos via solo e permitiu-se que a infestação alcançasse valores de 20% de folhas minadas e 15% de larvas vivas (valores muito altos). A ideia geral da rede de ensaios é conhecer as melhores opções atuais para o controle da praga avaliando o seu potencial de controle. Vale ressaltar que as melhores opções podem ser ainda a mistura de um tratamento de um trabalho com o de outro o que faremos nos próximos ensaios. Aqui verificou-se o efeito isolado de cada tratamento.

Material e métodos:

            O experimento foi realizado no município de Patos de Minas MG região do Cerrado mineiro à uma altitude de 890 m. Utilizou-se uma lavoura de café irrigada via gotejamento cultivar Catuaí Vermelho IAC 144 de 6 anos de idade espaçada em 40 x 05 m (5.000 plantas/ha). As aplicações foram realizadas em 28/abril de 2020 e com repetição em 8/maio e 10/junho. As aplicações foram feitas utilizando pulverizador costal manual com vazão de 500 L/ha.

            Os tratamentos de todos os experimentos foram delineados em blocos ao acaso com cinco repetições em parcelas de 10 plantas sendo uteis as seis centrais. Os tratamentos estudados foram:

            No ensaio principal foram realizadas 6 avaliações aos 0; 10; 36; 43; 57 e 66 DAA1ª ou 0; 26; 33; 47 e 56 DAA2ª ou 0; 14 e 23 DAA3ª. Os demais ensaios tiveram quatro avaliações em épocas diferentes. Foram avaliados folhas minadas larvas viva larvas mortas e pupas. Os parâmetros avaliados foram analisados em dados brutos plotados no gráfico em função do tempo teste estatístico e eficácia. O teste estatístico adotado foi o Tukey à 5% de probabilidade.

Resultados:

  1. Competição de inseticidas “elaborados”:

*Doses em ml ou g.

  • Devido a alta infestação inicial com mais de 20% de folhas minadas os índices mantiveram-se sempre elevados ao longo de todo o período de estudo.
  • Pode-se perceber atuação destacada para folhas minadas dos tratamentos Revolux e Benevia em relação aos demais aos 36 DAA1ª e de Revolux aos 43; 57 e 66 DAA1ª. Vale ressaltar que a dose utilizada de Revolux foi acima da recomendada pelo fabricante.
  • Com relação ao parâmetro definidor de controle larvas vivas a maior mortalidade e manutenção de controle até o final do experimento foi obtida por Benevia aplicado 3 vezes aos 0; 10 e 43 DAA1ª.
  • Com menor período de controle porém até mais eficazes que o Benevia ficaram os tratamentos Revolux Sivanto e Altacor vide a avaliação dos 57 DAA1ª e de Revolux Durivo e Voliam Targo aos 43 DAA1ª.
  • De qualquer forma quaisquer desses produtos aplicados isoladamente mesmo que repetidos em três vezes não foram tratamentos eficazes à serem recomendados na cafeicultura devendo ser conciliados com outras estratégias como veremos adiante. Lembrando que as condições do presente estudo eram de grave infestação e que quando aplicados precocemente antes dos picos de infestação obviamente os resultados são melhores.
  • OBS: Estes inseticidas devem ser utilizados no programa integrado de manejo de bicho mineiro e de outras pragas também normalmente sendo aplicados quando as infestações ainda estão baixas geralmente no término dos meses chuvosos geralmente em fevereiro e março na região sudeste do Brasil. No caso os inseticidas foram aplicados em condição de pressão já descontrolada justamente para verificar o potencial de cada um dos tratamentos. Tais inseticidas do tipo “elaborado” requerem umidade relativa do ar favorável turgidez das plantas sendo essas condições pouco usuais nos meses de abril em diante notadamente em cafeicultura de sequeiro ou com manejo insuficiente de irrigação.
  • OBS2: Todos esses inseticidas possuem registro para a cultura do Café.
  • OBS3: As doses utilizadas neste experimento nem sempre são as recomendadas pelo fabricante utilizamos as doses que vem sendo recomendadas na cafeicultura prática. Atenham-se para as doses utilizadas no trabalho!

Dados em Tabelas:

Infestação em larva viva (%) Época
28/04/2020 8/05/2020 3/06/2020 10/06/2020 24/06/2020 3/07/2020
Testemunha 14.2 b 14.4 a 15.6 a 25.3 a 26.9 a 10.8 a
Altacor (120 g/ha) 12.9 b 14.4 a 8.6 bc 13.9 ab 9.7 b 14.2 a
Durivo (500 ml/ha) 15.8 ab 15.0 a 10.8 abc 12.8 ab 12.8 ab 11.9 a
Voliam (500 ml/ha) 17.1 ab 11.7 a 8.9 bc 13.1 ab 16.1 ab 13.9 a
Sivanto (1000 ml/ha) 15.0 b 13.1 a 15.0 ab 18.9 ab 9.7 b 15.6 a
Revolux (500 ml/ha) 22.1 a 13.3 a 9.2 abc 8.1 b 7.2 b 11.7 a
Benevia (1000 ml/ha) 18.8 ab 15.3 a 5.6 c 15.0 ab 13.6 ab 6.7 a

*Em amarelo as datas das aplicações.

**Teste de Tukey à 5%.

  DAA1ª (Dias após a primeira aplicação)
Eficácia em larvas vivas (%) 0* 10* 36 43* 57 66
Altacor (120 g/ha) 9 0 45 45 64 0
Durivo (500 g/ha) 0 0 30 49 53 0
Voliam (500 g/ha) 0 19 43 48 40 0
Sivanto (1000 ml/ha) 0 10 4 25 64 0
Revolux (500 ml/ha) 0 8 41 68 73 0
Benevia (1000 ml/ha) 0 0 64 41 49 38

*Em amarelo as datas das aplicações.

*Destaque em negrito para as eficácias acima de 60%.

b) Competição de inseticidas de “choque”:

*Doses em ml ou g.

  • Os inseticidas do tipo “choque” em sua maioria foram mais eficazes na redução das folhas minadas e folhas minadas com larvas vivas que os inseticidas elaborados nas condições do presente estudo basta ver os índices atingidos nas avaliações 36 DAA1ª em diante após uma sequência de duas pulverizações.
  • Com o maior destaque ficou o inseticida Pirate (sem registro portanto não podendo ser recomendado) que reduziu acentuadamente os níveis logo aos 36 DAA1ª e os manteve baixos (inferiores à 5%) até o final do estudo sem qualquer indicativo de re infestação mesmo 23 DAA3ª (66 DAA1ª). No entanto este inseticida não apresenta registro para a cultura do café e portanto não pode ser utilizado na cafeicultura.
  • Em segundo lugar a maior eficácia foi obtida por Curyon. Em terceiro lugar a maior eficácia foi obtida por Galil. Sperto ficou similar a Cartap e a Danimen em quarto lugar. Decis Premiere 700G e Lanate podem ser descartados para o controle de bicho mineiro em vista dos demais produtos testados terem tido eficácias bem maiores.
  • OBS: Estes inseticidas devem ser utilizados como “esterelizantes” reduzindo a pressão da praga inicial antes de iniciar as aplicações dos inseticidas “elaborados”. Podem ser utilizados associados também. Recomenda-se a aplicação desse tipo de inseticidas em algumas situações por exemplo:
    • A) Entre a colheita e o momento de aplicação preventiva via solo que ocorre geralmente em novembro (poucas chuvas e temperaturas elevadas).
    • B) Após o início de perda de controle dos inseticidas elaborados que foram aplicados em fevereiro/março que geralmente ocorre em abril em diante.
    • C) Quando se perde o controle da situação devido ao mal planejamento no manejo de pragas.
  • OBS2: Nem todos esses inseticidas possuem registro para a cultura do Café e acham-se no trabalho com finalidade experimental.
  • OBS3: As doses utilizadas neste experimento nem sempre são as recomendadas pelo fabricante utilizamos as doses que vem sendo recomendadas na cafeicultura prática. Atenham-se para as doses utilizadas no trabalho!

Dados em Tabelas:

Infestação de Larvas vivas (%) Época
28/04/2020 8/05/2020 3/06/2020 10/06/2020 24/06/2020 3/07/2020
Testemunha 14.2 abc 14.4 a 15.6 a 25.3 a 26.9 a 10.8 a
Pirate 1000 (ml/ha) 17.5 abc 12.8 a 3.6 a 4.7 d 2.2 c 2.8 a
Cartap (1000 g/ha) 16.3 abc 10.8 a 5.6 a 20.0 abc 8.9 bc 7.8 a
Danimen (500 ml/ha) 16.7 abc 11.9 a 5.6 a 18.9 abc 14.7 abc 10.3 a
Decis (1000 ml/ha) 14.6 abc 10.6 a 8.1 a 18.6 abc 10.3 bc 13.1 a
Lanate (1000 ml/ha) 19.2 a 14.4 a 8.6 a 21.4 ab 14.7 abc 10.8 a
Sperto (200 g/ha) 16.3 abc 11.1 a 6.4 a 14.4 abcd 8.3 bc 13.1 a
Galil (1000 ml/ha) 18.8 ab 13.6 a 5.3 a 12.8 bcd 6.7 > bc 7.2 a
Curyon (1000 ml/ha) 11.7 c 10.0 a 5.3 a 8.6 cd 7.2 bc 5.3 a
Premiere (400 g/ha) 12.1 bc 11.9 a 14.4 a 16.7 abc 20.8 ab 10.8 a
CV (%) 15 24 57 25 41 41

*Em amarelo as datas das aplicações.

**Teste de Tukey à 5%.

Eficácia em larvas vivas (%) DAA1ª (Dias após a primeira aplicação)
0* 10* 36 43* 57 66
Pirate (1000 ml/ha) 0 12 77 81 92 74
Cartap (1000 g/ha) 0 25 64 21 67 28
Danimen (500 ml/ha) 0 17 64 25 45 5
Decis (1000 ml/ha) 0 27 48 26 62 0
Lanate (1000 ml/ha) 0 0 45 15 45 0
Sperto (200 g/ha) 0 23 59 43 69 0
Galil (1000 ml/ha) 0 6 66 49 75 33
Curyon (1000 ml/ha) 18 31 66 66 73 51
Premiere (400 g/ha)     15 17 7 34 23 0

*Em amarelo as datas das aplicações.

*Destaque em negrito para as eficácias acima de 60%.

  • Tratamentos promissores:
Estudo A Dias após a primeira aplicação Dias após a segunda aplicação
Tratamentos Tipo 0 15 25* 15 30 45
Larvas vivas (%) 10 18 6 12 29 11
    Eficácia no controle (%)12
Cartap + Danimen Choque 15 16 18 53 28 0
Altacor Elaborado 22 20 0 22 9 0
Sivanto Prime Elaborado 35 40 7 64 2 0
Altacor + Pirate Choque + Elaborado 26 52 21 88 86 41

*Re aplicação com 25 DAA1ª

  • O produto elaborado Altacor aplicado isoladamente não foi eficaz para bicho mineiro quando a pressão é elevada (2 aplicações em intervalo de 25 dias).
  • O produto elaborado Sivanto foi superior ao produto elaborado Altacor.
  • O produto de choque Cartap + Danimen aplicado somente duas vezes não foi eficaz para o controle de bicho mineiro.
  • A associação do produto elaborado Altacor com o produto de choque Pirate foi o tratamento mais eficaz para controle de bicho mineiro pois atingiu os maiores índices de eficácia cinco das seis avaliações além de ter sido o único com eficácia aos 45 DAA2ª. Pode-se ainda fazer associações substituindo o Altacor por Sivanto Prime ou ainda por Benevia ou Revolux ou Voliam Targo vide o ensaio principal do presente relatório e o Pirate por Cartap + Danimen ou ainda por Curyon vide o ensaio principal do presente relatório visto que o Pirate não possui o registro para o café.
Estudo B Dias após a primeira aplicação
Tratamentos Tipo 7 14* 21 28
Larvas vivas (%) 17 24 18 17
    Eficácia no controle (%)12
Altacor (90 g/ha) Elaborado 6 21 27 0
Sperto (300 g/ha) Choque químico 7 3 45 14
Matrine (1 L/ha) Extrato etanólico de Sphoia flavescens (cc1905 g/L) Choque biológico 16 19 45 31
Matrine Extrato etanólico de Sphoia flavescens (cc1905 g/L) + Abamectina (18 g/L) Choque biológico 11 19 24 39
Sperto + Abamectina (cc18 g/L) (1 L/ha) Choque químico 2 17 49 20

*Re aplicação aos 14 DAA1ª.

  • Ocorreu aumento da eficácia dos tratamentos choque químico ou biológico com a associação com a Abamectina.
  • A opção de choque biológico se comportou similarmente a de choque químico sendo uma opção a mais para o plantel de controles além dos benefícios trazidos por ser um produto não químico.
  • O produto Matrine biológico torna-se uma ótima opção para rotação de ativos principalmente para ser utilizado nos períodos próximos ou até mesmo durante a colheita do café visto que não apresenta residual.
  • Visto que o produto Sperto foi o terceiro colocado no ensaio principal do presente relatório e a opção biológica desse experimento comportou-se de forma similar pode-se fazer a substituição de um pelo outro nas associações futuras.
  • Aqui se faz um adendo de que no ensaio principal do presente relatório utilizou-se 200 g/ha de Sperto e neste 300 g/ha de Sperto quantidade que eleva sua eficácia vide outros ensaios que já instalamos e já estão publicados.

Figura. Diferença entre os tratamentos tratados contra bicho mineiro (direita) e testemunha (esquerda) (demonstração da alta pressão da praga). Note que na foto neste tratamento (direita) não foi feito a ajuste para a pulverização específica para o terço superior da planta podendo ser notada desfolha no ponteiro.

  • Observações conclusivas:
  • Nos ensaios que se utilizou 660 L/ha contra o padrão 400 L/ha os resultados foram superiores.
  • Nos ensaios que se utilizou os ramais auxiliares os resultados foram melhores como se vê a seguir:
  • Para o Cerrado e demais regiões com pressões semelhantes o intervalo de re aplicação das pulverizações foliares de produtos de “choque” deve ser inferior à 20 dias. Para os produtos “elaborado” a re aplicação deve ser em intervalo inferior à 30 dias desde que seja feita duas aplicações não necessariamente do mesmo produto. Para a mistura de “choque” mais “elaborado” a re aplicação deve ser feita com intervalo menor de 45 dias.
  • A experiência prática mostra que em regiões quentes com temperatura média superior à 215ºC tais como Norte de Minas Goiás Oeste da Bahia a re aplicação de produtos via folha principalmente os de “choque” deve ser de 15 dias.
  • Soprar as folhas presentes em baixo da saia dos cafeeiros e posterior trituração auxiliou no controle por destruir focos oriundos de pupas.
  • Plantar nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) auxilia no controle de bicho mineiro pois abriga o bicho lixeiro (crisopídeos).
  • O efeito da aplicação preventiva em novembro/dezembro dos produtos via solo não tem durado mais de 100 dias a não ser no caso do uso de doses mais elevadas como no exposto a seguir:
  • Aqui foram trabalhadas doses até 100% maiores que a dose de bula com sucesso até 150 dias após a aplicação única.
Thiamexotam 1.000 g/ha
iametoxam 2.000 g/ha
  • No caso das re aplicações via solo no mês de fevereiro as eficácias são menores visto que a pressão de fevereiro em diante é maior que a de novembro em diante devido ao período seco ausência de chuvas e menor metabolização das plantas de abril em diante. Este trabalho foi publicado no 43º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras por Santinato F. (2017) realizado em Patos de Minas MG.
  • A aplicação preventiva via solo deve ser preferencialmente feita via drench e não via fertirrigação de gotejo pois há perda de eficácia. No caso da aplicação via fertirrigação em pivô LEPA a eficácia é maior que no gotejo e pode ser utilizada. Para drench a cobertura de folhas em baixo da saia dos cafeeiros deve ser eliminada com o auxilio do “raspador” como se vê na foto a seguir:
  • O momento ideal de pulverização é variável conforme o regime de chuvas e o tratamento via solo escolhido geralmente sendo necessárias aplicações em fevereiro abril maio junho e também em outubro (no caso de anos com demora para a retomada das chuvas como foi o caso de 2019 no Cerrado mineiro).
  • Para as condições de Cerrado indica-se duas aplicações preventivas via solo em novembro e fevereiro além das aplicações via foliar com as estratégias mencionadas. Há produtos preventivos via solo que devem ser aplicados uma única vez em novembro/dezembro como o Flupirodifurona (200 g/L) – Sivanto Prime.
  • Para condições ainda mais severas de bicho mineiro (temperatura média >215ºC) como no Norte de Minas Oeste da Bahia e Goiás indica-se até três aplicações preventivas via solo além das pulverizações. Isso não só pela maior pressão da praga mas também pelo maior crescimento vegetativo das plantas cerca de 40% maior que em áreas de clima mais ameno (Santinato & Santinato 2019) de forma que a diluição do produto no interior da planta é maior perdendo o efeito mais rapidamente em decorrência do surgimento de novas folhas praticamente o ano todo.
  • Para as condições mais brandas de bicho mineiro muitas vezes somente uma pulverização via foliar geralmente em fevereiro/março ainda com a planta turgida de quaisquer dos inseticidas “elaborados” testados no ensaio principal do presente relatório foram suficientes para o controle da praga. O que dispensa o uso de inseticidas do tipo “choque” não seletivos preservando os inimigos naturais.
  • Como conclusão final é importante pensar no manejo integrado de todas ou das principais pragas que afetam o cafeeiro na região que se está trabalhando. O período de aplicação via foliar de inseticidas para bicho mineiro muitas vezes coincide com o período de aplicação de inseticidas para broca-do-café e/ou de ácaros de forma que caso consiga optar por um ou mais inseticidas que tenha ação em mais de uma praga haverá economia nas aplicações.
  • Ano que vem faremos a continuação dos ensaios com as misturas sugeridas e outra rede de ensaios focando no controle preventivo via solo qual o melhor?

Abraços Dr. Felipe Santinato

29/7/2020

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